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CONVENÇÃO DE BRUXAS E MAGOS 

Nos dias 17, 18 e 19 de maio acontece na vila de Paranapiacaba a “Convenção de Bruxas e Magos”. O tema desse ano será “A Força do Rito”, “que edifica todos os rituais e cerimônias que existem no mundo mágico e religioso sem distinção.” 

 

Caminhando para sua 16º edição o evento é organizado por Tânia Gori a fundadora da convenção e idealizadora da Bruxaria Natural no Brasil. A convenção se iniciou em 2003 e após essa primeira edição o evento só cresceu, diversos líderes de linhas místicas e esotéricas se juntaram para somar com as atividades do evento.

  

“É gratificante ver a quantidade de pessoas que vem para ver e entender um pouco mais sobre a bruxaria natural, sinto que estou atingindo meu objetivo de mostrar ao mundo que as bruxas são boas e não ruins como dizem por aí", afirma Tânia.

 

A Casa de Bruxa através das Convenções de Bruxas e Magos em Paranapiacaba iniciou uma nova geração de admiradores da Magia e se consagrou como o maior evento do gênero na América Latina, desmitificando muitos preconceitos que havia com o tema “bruxaria”. 

O intuito da convenção é proporcionar aos convidados informações sobre energia, bem-estar energético e espiritual e a natureza humana. Ao longo dos três dias de convenção acontecerão palestras, workshops, danças celtas e ciganas, salas temáticas, além disso terão expositores de diversos segmentos mágicos com vários produtos e acessórios, na feira esotérica. Confira a programação completa do evento no site: http://convencaodebruxas.com.br/programacao 

12.5.2019

O SENSITIVO 

Julio Arthur Marques Nepomuceno

 

            Bartiraguá era uma cidade tranquila no início dos anos 50.  Poucas coisas agitavam a vida da cidade: festa do padroeiro, carnaval e principalmente campanhas políticas. A política, por sinal, era bastante disputada e agressiva.  Dois coronéis disputavam o controle político da cidade, e seus seguidores se enfrentavam em brigas nos comícios e nos bares locais. Por trás dos panos, os dois até que se entendiam.  A rixa maior era entre os cabos eleitorais. 

            Mas havia outro acontecimento que tirava a paz de Bartiraguá.  A cidade era cortada pelo Rio Carnaíba,  e não raras vezes aconteciam afogamentos. Às vezes, por causa do descuido de algum pescador, banhistas que se aventuravam nas águas do rio,  alguns casos de suicídio, e em casos raros, crime.  Quando isso acontecia,  as margens do rio ficavam cheias de gente, esperando o corpo ser encontrado.  Vinham bombeiros de uma cidade próxima, mergulhadores, e voluntários, que às vezes escapavam por pouco do mesmo destino. A correnteza levava o corpo que ficava enroscado em algum obstáculo  no fundo do rio. Costumava ser demorado para encontrar o corpo, e a cidade ficava em polvorosa até que o cadáver fosse localizado.

            Mas o Silvano,  jovem biscateiro da cidade, percebeu que podia ajudar nessas situações.  Nem ele sabia como.   Percorria as margens do rio para cima e para baixo, voltava, ia de novo, e chamava os mergulhadores: - É aqui!,  dizia ele.   E os mergulhadores achavam o corpo no lugar indicado por Silvano.

            Quando acontecia um afogamento, a polícia da cidade ia até a casa do Silvano pedir a sua ajuda.   E lá ia ele, com toda boa vontade do mundo,  fazer as suas caminhadas pelas margens do rio até que algum fator desconhecido lhe apontava o lugar. 

            Silvano tornou-se amigo do Dr. Barbery, delegado de polícia da cidade, espírita, pessoa muito querida que anos depois tornou-se prefeito de Bartiraguá. Silvano era católico, mas afastou-se da igreja depois de ser advertido pelo padre local em função das suas buscas aos defuntos. -  É coisa do diabo, dizia o prelado.

         Tornou-se católico não praticante, e não acreditava que o seu talento para localizar os cadáveres tivesse alguma ligação com o mundo espiritual.  – Nem eu sei como acontece, dizia ele.  Eu vou andando, volto, vou de novo, e alguma coisa dentro de mim me faz pensar que está ali. Daí eu chamo os mergulhadores, e pimba!  Lá está o cadáver.

            A habilidade de Silvano repercutiu até na Câmara Municipal.   Um vereador propôs que para cada defunto encontrado por Silvano, o Poder Público lhe pagasse uma determinada quantia.  O projeto só não foi votado porque o próprio Silvano interferiu, dizendo que não queria isso, que fazia por amor às famílias que estavam desesperadas, aguardando  o encontro do corpo do ente querido.

            Silvano só aceitava um sanduíche de pão com mortadela e um copo de Tubaína que o Dr. Barbery lhe pagava sempre que encontrava um corpo.  Sentavam-se à mesa de um botequim, conversavam longamente sobre a vida. O povo gostava de comentar a amizade dos dois: - O Dr. Barbery paga para o Silvano um sanduíche de morta dela quando ele encontra uma  defunta,  e um sanduíche de presunto quando o cadáver é de homem, diziam os maldosos.    Maledicência, apenas.  O que os dois gostavam, mesmo, era de uma boa prosa.

            Apesar da tranquilidade de Bartiraguá, o Dr. Barbery não era de ferro.  Depois de cinco anos sem tirar férias, resolveu tirar uns dias para passear com a família em Poços de Caldas. - Férias merecidas, dizia ele.    – Férias de quê? Ele não tem serviço aqui na cidade,  diziam  algumas pessoas, maldosamente. 

            Para substituir o Dr. Barbery na delegacia,  foi chamado o Carlão, um velho  policial da cidade de Reluz, não muito longe dali.  Carlão era o coringa dos delegados daquela região.  Sempre que um tirava férias, ele era escalado como interino.   Fruto de sua filiação ao partido do governador e de algumas amizades na política. Estava próximo de se aposentar quando foi chamado em Bartiraguá para mais uma interinidade. 

            Carlão quase morreu de tédio.   A cidade era tranquila demais, não era época de eleição, nem de festas,  e o interino aproveitava para tirar um cochilo durante o expediente.  À noite, gostava de um carteado, e às vezes passava a madrugada jogando.  - Ninguém é de ferro, dizia ele, preciso descansar durante o dia. 

            Mas um incidente quebrou a rotina de Bartiraguá.  Outro caso de afogamento.  A canoa virou e o pescador tentou nadar até à margem, mas não conseguiu. Algumas pessoas ainda viram quando o corpo foi arrastado pela correnteza, mas nada puderam fazer. 

            Logo, Silvano foi acionado. Um policial passou em sua casa para pedir sua ajuda.  E lá foi ele, indo e vindo pelas margens do rio.   O interino olhava tudo aquilo com curiosidade.  - O que esse maluco está fazendo aqui?,  pensava. 

            Não demorou muito e Silvano apontou o lugar para os mergulhadores.  Lá estava o cadáver, como ele tinha vaticinado. Deu trabalho para ser puxado até a margem, enquanto a família se desesperava. 

            Foi quando Carlão, o interino, fez aquilo que ninguém esperava.  Chegou perto de Silvano, e, investido da autoridade do cargo,  deu-lhe voz de prisão: 

            -Teje preso!!!

            Indignação geral, entre os policiais e o povo que estava acompanhando os fatos.  – Dr. Carlão, ele é assim mesmo, ele sempre descobre cadáveres aqui no rio.

            -Teje preso!!! - Assassino, quantos você já matou?

            Até o novo padre da cidade foi interceder pelo Silvano, mas não adiantou.  Estava preso.   O povo já estava cercando a delegacia para exigir a soltura de Silvano. Os policiais estavam  revoltados com o chefe.  Até que um deles teve uma ideia.  –Vamos ligar para o Dr. Barbery em Poços de Caldas...

            E assim fizeram. Foi um tal de procurar em que hotel estava o Dr. Barbery... Demorou mais de duas horas para encontrar o homem. 

            - Dr. Barbery, teve mais um afogamento aqui, e o Silvano encontrou o corpo...

            -  Puxa, que bom!

            - Bom nada, doutor!  O Carlão deu voz de prisão para ele.

            - Interino é uma merda, mesmo!  Chame ele no telefone pra mim.

            E lá foi o interino conversar com o titular:

            - Dr. Barbery, prendi um assassino perigoso aqui em sua cidade.  Ele apontou com precisão o lugar onde estava o corpo do afogado.  E me disseram que ele já fez isso outras vezes.

            - Pare com isso, sua anta!  O Silvano é meu amigo.  É sensitivo.  Está sempre ajudando a gente a encontrar os corpos dos afogados.  Solta ele, senão eu vou aí e te prendo!!!

            Silvano foi colocado em liberdade, aclamado pelo povo, que festejou com o tradicional  sanduíche de mortadela e tubaína. A interinidade de Carlão acabou, e ele voltou para sua pequena cidade. Logo depois, pediu aposentadoria. – Estão acontecendo coisas que eu nunca vi na minha vida, comentou.  Vou parar por aqui antes que fique louco.

Barbery voltou ao cargo, sempre contando com a ajuda de Silvano quando havia um afogamento. E os sanduíches de mortadela regados a tubaína continuaram por muito tempo.

            Quando voltei em Bartiraguá, para visitar a família, perguntei do Silvano.

– Ih, Julio, ele morreu...

- Puxa, coitado, mas já devia estar velho, né?

- Que nada.  Caiu no rio.  E seu corpo não foi encontrado...

 

*História real, porém os nomes foram alterados.

 

Julio Arthur Marques Nepomuceno é professor, historiador, escritor, filósofo e membro da Academia Amparense de Letras.

INCÊNDIO NO POSTO DE GASOLINA

Julio Arthur Marques Nepomuceno

 

No segundo semestre de 1975 (agosto ou setembro, não me lembro, a memória já não me ajuda), um caminhão tanque que fazia abastecimento no Posto Guarizzo, R. Comendador Guimarães, pegou fogo.

 

O estrago somente não foi maior pela perícia e coragem do motorista, que conduziu o caminhão para um terreno baldio então existente, onde posteriormente foi feita a ampliação da Praça Pádua Salles. Poucos minutos depois, o caminhão explodiu.

 

Não havia unidade do corpo de Bombeiros em Amparo, e foi acionada a unidade de Campinas. Eu estava em Jaguariúna quando vi a viatura dos bombeiros passando, e somente quando cheguei em Amparo, pude ver "in loco" o que havia acontecido. Felizmente, não houve vítimas.

 

Uma das versões sobre a causa do incêndio foi que uma senhora vizinha do posto ligou uma enceradeira, e a faísca atingiu o caminhão de combustível. Naquele tempo, não havia aterramento no caminhão, que atualmente é obrigatório.

Senhores, eu fui testemunha ocular desse sinistro, uma quase tragédia. Eu vi tudo com esses olhos que um dia a terra há de comer...

FAMÍLIA RENEGA ÚLTIMO DESEJO E ENTERRA NUDISTA VESTIDO

 

 

Nem na morte Robert Norton não consegue ficar nu. Norton, que faleceu aos 82 anos, passou metade de sua vida na justiça, lutando contra ordens de prisão por ter sido visto trabalhando nu no jardim de sua casa. Ele disse que queria ser sepultado sem roupas, mas a família o enviou para a eternidade com calças escuras e camisa combinando. “Ele não vai ser enterrado sem roupa”, disse o irmão, Jack Norton, que é pastor.

 

A família esperava que os anos de controvérsia acabassem com a sua morte. Norton recebeu vinte ordens de prisão por nudez em público desde 1962. Ele defendia o direito à nudez em público.

 

Brenda Loete, que foi vizinha de Norton por 12 anos, disse nu nunca ter conversado com o vizinho exibicionista. “Não o conhecíamos. Só mandávamos prendê-lo, disse Loete. “Normalmente, se mandássemos prendê-lo na primavera, ele ficava fora por todo o verão, e não teríamos de nos preocupar até a primavera seguinte”.

 

 

Extraído de Ultimo Segundo, de 02.8.2005

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