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AINDA A BRIGA NO PSL

Jasson de Oliveira Andrade

Em meu último artigo abordei a briga: Bolsonaro x PSL. A briga ao invés de diminuir aumentou. E muito! O Estadão, na reportagem “Grupo de Bivar no PSL impõe revés a Bolsonaro”, noticiou: “A crise que opõe o presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do seu próprio partido, o PSL, se tornou ontem [17/10] uma guerra declarada com divulgação de áudios, ameaças, rasteiras (sic) e retaliações.”

Outra medida polêmica de Bolsonaro: ele destituiu a líder do governo na Câmara Federal, deputada Joice Hasselmann (1.078.666 votos). Em entrevista ao Estadão, ela disse: “Já esperava como retaliação, mas com um pouco mais de respeito, fidalguia e gratidão. Por todo esse tempo que eu me dediquei. Afinal de contas, carreguei muitas coisas nas costas, apaguei incêndios e atuei para construir pontes quando o governo atuou para implodir {o PSL].  Mas sabia que a gratidão não está entre as qualidades que cercam o presidente”. A ser perguntada pelo jornal porque não assinou a lista de Bolsonaro que pedia para Eduardo [filho] ser o novo líder do PSL, ela respondeu: “Eduardo seria pior dos líderes. Ele não é nada conciliador (sic)”.

Bolsonaro tentou também destituir o líder do PSL na Câmara, delegado Waldir (PSL-GO) para colocar seu filho no lugar. Delegado Waldir declarou: “Eu vou implodir o presidente. Aí eu mostro a gravação dele. Não tem conversa. Eu implodo ele. Eu sou o cara mais fiel. Acabou, cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo (sic). Eu andei no sol em 246 cidades para defender o nome desse vagabundo”. É mais um que se queixa da ingratidão do presidente, a outra, como vimos, foi a deputada Joice.

A jornalista Vera Rosa, no texto “No divórcio do PSL, vingança é prato que se come frio”, publicado no Estadão, comenta: “A lavação de roupa suja em que se transformou a crise no PSL, está longe do fim e, ao que tudo indica, muito água enlameada (sic) ainda vai rolar debaixo da sigla. (…) Desde o último dia 15, quando a Polícia Federal vasculhou endereços ligados a Bivar, em Pernambuco, a briga no PSL  virou um vale tudo assustador.(…) Nos bastidores, as duas alas que hoje disputam o comando do PSL, afirmam que vingança é “um prato que se come frio”. Quem sobreviver, verá”.

O Painel da Folha noticiou: “Briga intestina fragiliza a imagem de Bolsonaro no Congresso e desmoraliza o PSL”. Igor Grelow, na Folha, afirma: “Bolsonaro paga o preço por governar em família”. Sem comentário!

Há mais de cinquenta anos acompanho a política brasileira. Nunca tinha visto um governo ser oposição ao próprio governo. Bolsonaro, que já foi deputado por quase 30 anos, conseguiu essa façanha!

20.10.2019

BOLSONARO E O DITADOR PINOCHET

 

Bolsonaro surpreendeu ao elogiar o ditador Pinochet. O Estadão (5/9) assim noticiou essa atitude do presidente: “Bolsonaro ataca Bachelet e causa atrito (sic) com Chile”: O presidente Jair Bolsonaro atacou ontem [4/9] a ex-presidente do Chile, Michele Bachelet, e seu pai Alberto Bachelet --- torturado e morto pela ditadura de Augusto Pinochet --, e exaltou o golpe militar no país vizinho. (...) Aliado (sic) de Bolsonaro, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, disse em pronunciamento que não compartilha da “alusão feita pelo presidente Bolsonaro a uma ex-presidente do Chile e, especialmente, num assunto tão doloroso quanto a morte de seu pai”.

No Brasil, a declaração dele também repercutiu mal. “Declarações merecem repúdio”, diz Serra. “O senador e ex-chanceler José Serra (PSDB-SP) – que foi para o exílio no Chile durante a ditadura militar brasileira e chegou a ser preso no país depois que o general Augusto Pinochet tomou o poder – repudiou os ataques do presidente Jair Bolsonaro à ex-presidente chilena Michelle Bachelet e seu pai Alberto Bachelet. (...) “O presidente deu uma declaração que agride os direitos humanos e o povo chileno, e merece todo nosso repúdio”, escreveu em nota enviada ao ESTADO”. “Elogiou o covarde (sic) assassinato do general Bachelet, pai da ex-presidente do Chile Michele Bachelet, na época da ditadura militar chefiada pelo abominável (sic) general Augusto Pinochet”.

 

No meu livro “Defensores da Ditadura Militar Estão na Contramão da História”, consta o artigo “Pinochet, o ditador corrupto (sic)”, no qual conto quem foi esse ditador elogiado por Bolsonaro: “Em vista da corrupção que campeia no Brasil, um conhecido me disse: “Precisamos de um Pinochet”. Ele desconhecia que o ditador chileno, no poder de setembro de 1973 a 1990, era um corrupto como se pode verifica com essa manchete do Estadão (5/10/2007): “Família Pinochet é presa (sic) por desfalque – viúva do ex-ditador, os cinco filhos e outros 17 aliados são detidos pelo suposto desvio de US$ 27 milhões” Ele, portanto, não serve de exemplo para combater os nossos corruptos. Pinochet é pior. Antes de morrer, em dezembro de 2005, aos 91 anos, esteve preso (sic). Como estava doente, ficou em prisão domiciliar. Além de torturar e matar, o ditador chileno era ainda acusado de suposto desvio de dinheiro”. Eis aí, o torturador e ladrão, que Bolsonaro admira!

 

Reinaldo Azevedo analisou essa posição do presidente: “O que o Brasil ganha com essa fala de Bolsonaro? Nada! Como país descemos um pouco mais na escala da descência (sic) e do respeito aos direitos humanos”. Bruno Boghosian, na Folha, escreveu: “Vexame internacional gratuito”. Dizendo ainda: “Bolsonaro não perde uma oportunidade para enaltecer a tortura e os assassinatos políticos (sic)”.

 

Bolsonaro deve esquecer o negro passado (Ustra e Pinochet) e começar a governar. Foi para isso que ele foi eleito!

 

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

 

08.9.2019

BOLSONARO E USTRA

Bolsonaro é um admirador do torturador Ustra. No impeachment de Dilma ele o homenageou. Agora Bolsonaro recebeu no Palácio a viúva dele!

No meu livro “Defensores da Ditadura Militar Estão na Contramão da História”, à página 15, consta o artigo “A atriz Bete Mendes e a tortura”. No texto a atriz revela que foi presa duas vezes: “Na primeira não fui torturada. Na segunda, foi total. Fui torturada (em 1970) e denunciei o coronel Carlos Alberto Ustra (sic). Isso me marcou profundamente. Não desejo isso para ninguém – nem para meus inimigos”.

Marcelo Godoy, jornalista do Estadão, escreveu um livro: “A Casa da Vovó – Uma biografia do DOI-Codi (1969-1991), o centro de sequestro, tortura (sic) e morte (sic) da ditadura militar”. São mais de quinhentas páginas, nas quais o jornalista descreveu as torturas e outras monstruosidades colocadas em prática no DOI-Codi. Sabe quem o comandava? Ustra! Marcelo Godoy, à página 155, revela: “Ustra ou Doutor Tibiriçá foi o arquiteto do DOI – foi declarado torturador (sic) pela Justiça”. Bolsonaro não pode desmentir o jornalista: Marcelo Godoy conseguiu uma entrevista com ele antes de sua morte. Vale a penar ler o livro!

O jornalista Rolf Kuntz, em artigo ao Estadão (11/8), sob o título “Novo elogio a torturador reforça sinais de alarme”, escreveu: “Essa figura [Bolsonaro] mais uma vez homenageou, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado (sic) em 2008 depois de um processo por acusação de tortura. O presidente o chamou de “herói nacional”, antes de receber sua viúva no Palácio do Planalto. (...)

 

Entre 1970 e 1974 Brilhante Ustra chefiou em São Paulo o DOI-Codi, um dos mais sinistros aparelhos de repressão da ditadura, conhecido pela barbárie (sic) de seus interrogadores e de seu líder. (...) O coronel {Ustra} foi reconhecido e apontado publicamente por várias vítimas, incluídos a deputada e artista Bete Mendes e o então vereador Gilberto Natalini, preso no DOI-Codi em 1972, aos 19 anos, quando estudante de Medicina”.

Bolsonaro esteve em Itapira para inaugurar uma nova unidade do Laboratório Cristália. Flavio Magalhães, na A COMARCA, relatou essa visita: “Bolsonaro marca presença em Inauguração em Itapira com discurso provocativo (sic)”. Entre outras coisas o presidente declarou: “Não estou sentindo cheiro de mortadela [adversários) aqui”. Sem comentário!

O deputado Alexandre Frota, ex-PSL, expulso do partido após ter feito críticas públicas ao governo

jJASSON DE OLIVEIRA ANDRADE 

24.8.2019

Bolsonaro e a Ditadura (Tortura)  

 

 Jasson de Oliveira Andrade

 

 

Bolsonaro fez um pronunciamento à favor da Ditadura e da Tortura e conseguiu descontentar até amigos e apoiadores! Incrível!

 

O Estadão assim noticiou mais essa gafe de Bolsonaro: “A versão dada ontem [29/7] pelo presidente Jair Bolsonaro para o desaparecimento do militante de esquerda Fernando Augusto Santa Cruz morto em 1974 durante o regime militar, provocou reação de juristas e entidades ligadas à anistia e direitos humanos. Em entrevista pela manhã, Bolsonaro disse que poderia “contar a verdade” sobre o caso., afirmando que Oliveira – pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Felipe Santa Cruz – teria sido morto pelos próprios colegas do grupo Ação Popular (AP).

 

No passado, a Ditadura afirmou que Herzog havia se suicidado. Posteriormente, ficou provado, que ele foi torturado até a morte. Bolsonaro tenta uma versão parecida!

 

Adiante o jornal revela: “Um dos autores do pedido de impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff,, o jurista Miguel Reale Jr. afirmou que Bolsonaro tem de prestar contas das suas afirmações à Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos”. Adiante o ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso, afirmou: “Para ele [Bolsonaro] não houve a Constituição de 1988 e a anistia. O caso dele não é de impeachment, mas de interdição. É uma pessoa que a cada dia prejudica a si próprio. Ele tem de ser protegido.

 

A característica do louco (sic) é essa: prejudicar a si mesmo”. José Gregori, ex-secretário de governo tucano, disse: “Bolsonaro se insurgiu contra a lei que foi aceita pelas Forças Armadas. Ele está indo contra uma lei que é uma decisão soberana da nação brasileira”. Para Gregori, enquanto o presidente falava “amenidades sem sentido”, isso era visto como folclórico. “Enquanto eram amenidades, o Brasil estava rindo, mas agora é sério. É preciso que se tomem medidas judiciais”.

 

O Estadão ainda noticiou. “DORIA – Aliado de Bolsonaro nas eleições do ano passado [O lema dele era: Bolsodória], o governador Joáo Dória (PSDB), cujo pai foi exilado político, também criticou a fala do presidente. “É inaceitável (sic) que um presidente da República se manifeste da forma que se manifestou. Foi uma declaração infeliz”, afirmou Dória, em evento no Palácio dos Bandeirantes. “Não posso silenciar diante desse fato. Eu sou filho de um deputado federal cassado pelo golpe de 1964 e vivi o exílio de meu pai, que perdeu quase tudo”.

 

Eu continuo com o mesmo lema: DITADURA NUNCA MAIS!

04.8.2019

NEPOTISMO: BOLSONARO QUER NOMEAR FILHO EMBAIXADOR DOS ESTADOS UNIDOS

Bolsonaro criou uma polêmica quando escolheu o nome do filho para ser Embaixador nos Estados Unidos. O presidente, cinicamente, admitiu: “Pretendo beneficiar um filho meu, sim”, acrescentando: “Se eu puder dar filé mignon pro meu filho, eu dou”.

 

A deputada Janaina (PSL-SP), a mais votada do Brasil, está chocada: “Não esperava que o presidente Jair Bolsonaro [que é do mesmo partido da deputada] indicasse o filho, deputado federal Eduardo Bolsonaro, à embaixada dos Estados Unidos”.

 

Eliane Cantanhêde, em artigo no ESTADÃO, comentou a escolha: “Ao indicar publicamente o seu filho Eduardo, o “03”, para ser embaixador nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro age como se sentisse dono, não de um imóvel po, mas do próprio Brasil, supondo que pode fazer o que bem entende (sic)”. úblic Diz ainda a jornalista: “03” nos Estados Unidos confirma que Bolsonaro governa em família, como se fosse dono do Brasil (sic)”.

 

André Paes Leme, em artigo na A COMARCA, sob o título “Nosso pateta, embaixador da Disneylândia”, foi mais contundente: “Passado apenas seis meses do governo do presidente Jair Messias Bolsonaro (PSL), nós, brasileiros, ainda não conseguimos nos habituar com as bobagens que esse senhor insiste em fazer, todas as semanas. Tem uma capacidade incrível para gerar crises que só atrapalham a retomada econômica do país. Hoje, seguramente, a oposição ao atual governo não é o PT, PSOL, ou demais partidos de esquerda, mas sim, o próprio Bolsonaro, com sua truculência (sic), falta de capacidade em dialogar e sua miséria intelectual para conduzir a Nação.

 

A última palhaçada perpetrada por esse senhor foi a sugestão de nomear o filho, Eduardo Bolsonaro, um ser medíocre sob todos os aspectos, embaixador do Brasil na capital dos EUA, Washington. (...)

 

E essa diarreia cerebral de Bolsonaro vem ganhando corpo, apesar dos alertas do Itamaraty, STF, Câmara e Senado. Além da imoralidade (sic) desse ato, um nepotismo cretino e sem precedentes na história republicana do Brasil, é difícil imaginar um idiota como Eduardo Bolsonaro no comando de uma de nossas mais importante embaixadas”.

 

Será que o bom senso vai prevalecer e o presidente irá desistir da nomeação do filho (Nepotismo)? Duvido!

 

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

27.7.2019

AS DENÚNCIAS DE VEJA CONTRA MORO

 

As denúncias que a revista VEJA de 10/7 traz são arrasadoras contra Moro. Na capa consta a foto de Moro em uma balança, com a legenda: “JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS – Diálogos inéditos (sic) mostram que Sérgio Moro cometeu irregularidades, desequilibrando a balança em favor da acusação nos processos da Lava-Jato”.

 

Na página interna, na reportagem sob o título JUSTIÇA A TODO CUSTO, Veja revela em vários tópicos a parcialidade de Moro: “FALTOU UMA PROVA – O chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol, informa Laura Tessler, também procuradora, de que Moro o havia alertado sobre a falta de uma informação na denúncia de um réu (Zwi Skomichki, representante de um estaleiro que pagou propinas a ex-funcionários da estatal, entre eles Eduardo Musa, mencionado por Deltan na conversa.

 

A informação foi incluída no dia seguinte. A atitude do juiz [Moro] é ilegal (sic), pois ele está ajudando os procuradores a fortalecer a peça da acusação em prejuízo da defesa”. A seguir a VEJA publica o diálogo entre Dallagnol e Laura Tessler.

 

Em outro destaque (ESCONDENDO O JOGO), a Veja revela: “O procurador Athayde Ribeiro Costa pergunta em um dos grupos da força-tarefa de Curitiba quem sabe onde está um documento apreendido por Flavio Barra, executivo da Andrade Gutierrez, preso pela Lava Jato. Um Interlocutor não identificado, diz que acabou esquecendo de “eprocar” o tal documento, ou seja, esqueceu-se de incluí-lo no processo eletrônico (chamado de e-proc) pois o “Russo” (Sérgio Moro) a havia orientado a “não ter pressa”. Problema gravíssimo (sic): um juiz não pode pedir pressa ou guardar algo que foi apreendido na busca e apreensão. A conduta também pode levar o magistrado à suspeição (sic)”. A seguir a revista transcreve o diálogo.

 

Adiante a VEJA publica: “TRABALHO EM CONJUNTO” – Moro cobra Dallagnol sobre a data em que o MPF se manifestará a respeito de um habeas-corpus impetrado pela Odebrecht. Deltran diz que pretende fazê-lo no dia seguinte. Sem conseguir finalizar o trabalho, o procurador avisa ao juiz que precisará de mais um dia, e sugere enviar uma versão provisória para que Moro possa utilizá-la no preparo de sua decisão. O diálogo mostra o nível de promiscuidade (sic) entre acusador e julgador. Trata-se também de uma relação que fere (sic) a lei: juiz e procurador não fazem parte da mesma equipe”.

 

Existem outros gravíssimos diálogos, mas esses que transcrevemos revelam a parcialidade do juiz, hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro. Se a imagem dele já estava arranhada, como escrevi no artigo “Moro Encrencado”, agora ficou mais arranhada!

 

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

09.7.2019

REELEIÇÃO DE BOLSONARO

Estamos no sexto mês da eleição e Bolsonaro já pensa na reeleição de 2022.

 

Essa prematura reeleição é analisada pela jornalista Eliane Cantanhêde, no texto “O capitão bate na mesa”. Segundo ela, “enquanto novas pesquisas de popularidade não vêm, o presidente Jair Bolsonaro bateu na mesa, mostrou aos generais quem manda, manteve seus filhos nomeando pessoas-chave (sic) e, engrenando uma segunda, na contra-mão do que dissera na campanha, deixou claro que vai disputar a reeleição. (...)

 

Quanto à oportunidade: quando o governador João Doria começa a botar as manguinhas de fora, o ministro Sérgio Moro esta na palma da mão do presidente (sic) e o vice Hamilton Mourão anda quieto como nunca. Detalhe: Bolsonaro falou em reeleição dele, não da chapa dele. Assim, demarcou território, botou os potenciais adversários nos devidos lugares e jogou a isca para seus eleitores e seu rebanho. (...)

 

Demite um general daqui, outro dali, o capitão presidente está preocupado mesmo é com sua base eleitoral, incluídas as tropas, não os chefes militares. Quando o general Santos Cruz (defenestrado da Secretaria do Governo) acusou o governo de ser “um show de besteiras” (sic), muitos concordaram plenamente, mas Bolsonaro deu de ombros. (...)

 

No Congresso, a pergunta que não quer calar é: por que o presidente quer calar o “banco de talentos” indicado por parlamentares, mas um só deputado, o “03” [Eduardo Bolsonaro], já nomeou o chanceler, o primeiro e o segundo ministro da Educação, o presidente do BNDES e, agora, o secretário-geral da Presidência?

 

(...) Câmara e Senado trabalham a pleno vapor, como justiça seja feita, algumas áreas técnica do governo. Enquanto isso, o presidente está no palanque, com criancinhas no colo, fazendo flexões, envolto por multidões e metido em camisas do Flamengo. Se a economia se recuperar, pode até dar certo. Se não, parece pouco para garantir a reeleição”.

 

Na minha opinião, em seis meses de mandato, é muito cedo para se pensar em reeleição. Bolsonaro precisa é começar a governar!

 

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

27.6.2019

ARGENTINA E BRASIL

O presidente Jair Bolsonaro visitou a Argentina, cometendo gafes. Primeiramente imiscuiu-se com a política de lá, pedindo que “argentinos votem com a razão”. O motivo desse pedido é que Macri está ruim nas pesquisas e poderá perder as eleições em outubro.

 

O Estadão comenta: “Brasileiro quebra mais uma vez o protocolo diplomático (sic) ao interferir no processo eleitoral e apoiar a reeleição do presidente argentino”.

 

O prof. Carlos de Angelis comenta, no mesmo jornal: “Visita inesperada e em péssima hora (sic)”. Além dessa infeliz intromissão, Bolsonaro cometeu uma gafe. Esta na economia: criar câmbio unificado entre Brasil e Argentina. Manchete da página econômica do Estadão: “Moeda única é inviável, dizem analistas”. Caderno Econômico da Folha noticia: “Bolsonaro lança plano de moeda única no Mercosul sem aval (sic) da área econômica”. O Painel da Folha constatou: Nem o mercado e nem o Congresso leva a sério proposta de moeda única com Argentina”. Em suma: foi mais uma gafe do presidente!

 

Uma medida polêmica de Bolsonaro, a que afrouxa punições nas regras de trânsito. A deputada federal Christiane Yared (PL-PR), que teve filho morto por motorista alcoolizado, critica pontos do projeto. O Estadão noticiou: “Aliada do presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Christiane Yared (PL-PR) fez um dos discursos mais duros (sic) até agora contra o projeto apresentado pelo governo que afrouxa punições nas regras de trânsito. Em discurso no plenário da Câmara, ela criticou principalmente a suspensão de multas para quem não transportar crianças em cadeirinhas. “”Quanto custa uma? Eu não sei o valor de uma cadeirinha, mas sei o valor de um enterro no cemitério. Eu sei quanto custa um caixão, eu paguei o caixão do meu filho. Eu sei quanto custa choro, flores”, disse Christiane.” Espera-se que depois desse discurso Bolsonaro desista do projeto da cadeirinha!

 

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

13.6.2019

AINDA A ECONOMIA

Com o ministro Paulo Guedes, o guru da economia, esperava-se um melhor desempenho do setor, mesmo que fosse pequeno. Ao contrário, ao invés de uma melhora a economia piorou, para decepção dos economistas.

 

Celso Ming, no artigo sob o título ‘ANDANDO PARA TRÁS”, publicado no Estadão, constatou: “Esse pequeno desempenho (sic) fomenta o baixo-astral de corações e mentes, prostação que também impede o deslanche”.

 

O Estadão, no Editorial “NEM A GALINHA DECOLOU”, comenta: “Até um voo de galinha, um crescimento sem fôlego, seria bem-vindo num país assolado pelo desemprego, mas nem isso os desempregados, subempregados e desalentados tiveram no primeiro trimestre do novo governo, quando a economia encolheu 0,2%. “. Ao terminar o editorial, o jornal recomenda: “O presidente ajudará se der atenção às questões mais prementes, parar de agir por impulso (sic). Deixar as picuinha (sic), TUITAR MENOS E COMEÇAR A GOVERNAR PARA TODOS OS BRASILEIROS”.

 

Eliane Cantanhêde, no artigo BANHO DE ÁGUA FRIA, constatou: “A expectativa de que esta fosse a melhor semana do presidente Jair Bossonaro, em seus cinco meses de governo, ruiu ontem [30/5] com o anuncio do PIB negativo e o despertar de um velho ator da política brasileira: a estudantada. Uma nova fase de recessão entrou no radar e o bolsonarismo conseguiu acionar o antibolsonarismo. (...) Os bolsonaristas vão ter de fazer muita manifestação para tentar reverter o desânimo, mas nem eles nem Paulo Guedes podem tudo. O PRESIDENTE PRECISA DAR UMA FORCINHA”.

 

Para mim, o Ministério do presidente Jair Bolsonaro tem dois destaques: Moro, como ministro da Justiça e Guedes, na Economia. Surpreendentemente o desempenho dos dois ministros é preocupante. Sem eles, o governo de Jair Bolsonaro é frágil!

 

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu 

04.6.2019

A ECONOMIA VAI MAL 

 

O governo Bolsonaro não governa. As brigas entre os seus aliados, trazem agora o  resultado:: a economia vai mal!

 

O Estadão, em dois Editoriais, constatou o declínio econômico. No primeiro, “De novo à beira da recessão”, o jornal comenta: “Um grande FIASCO pode marcar o primeiro ano de governo do presidente Jair Bolsonaro: a recuperação econômica foi interrompida, a produção de bens e serviços pode ter encolhido no primeiro trimestre e o futuro continua ameaçado pelas incertezas”.

 

No outro Editorial, sob o título “O desafio do presidente”, o Estadão constata: “O presidente Jair Bolsonaro desafia “a grande mídia” a lhe dizer como deve formar sua base de apoio no Congresso. Nem é preciso dizer que tal bravata piora a percepção de fragilidade política do governo, além de atribuir a terceiros uma responsabilidade que Bolsonaro recebeu junto com os poderes presidenciais – e que é, tal como estes, pessoal e intransferível. (...)

 

Quando um presidente da República admite não saber como formar sua base parlamentar, algo que está na essência da governabilidade, é o caso de dar razão aos que estão pessimistas com o futuro do País. Economistas ouvidos pelo ESTADO dizem que a situação brasileira, JÁ GRAVE, se torna ainda mais preocupante na medida em que o governo demonstra MAIS TRAQUEJO PARA GERAR CRISES DO QUE PARA EXTINGUI-LAS. A confiança, fundamental para a retomada do crescimento, está ficando cada vez menor em razão da INCAPACIDADE de Bolsonaro de fazer o que dele se espera como presidente – isto é, LIDERAR O GOVERNO, dando diretrizes firmes sobre suas propostas e indicando aos governistas como defendê-las no Congresso. (...) Bolsonaro, ao contrário, deixou cada um por si”. O pior é que Guedes reconhece essa grave situação: “Realidade é que estamos no fundo do poço”. Como um governo sem liderança pode sair do fundo do poço?

 

A falta de liderança causou derrota do governo. É o que diz o Estadão (15/5): “Em mais um sinal de desarticulação e falta de base política do governo Jair Bolsonaro, a Câmara aprovou ontem [14/5] por 307 (sic) votos a 82, a convocação do ministro da Educação, Abraham Wintraub, para dar explicações sobre cortes no orçamento de sua área. Além disso, líderes de partido do Centrão se recusaram a se reunir com o presidente no Palácio do Planalto”. Sem comentário!

 

Sobre o assunto, a COLUNA DO ESTADÃO revelou: “CONVOCAÇÃO ESQUENTA CLIMA NA CÂMARA – Foi tenso o embate entre o líder do PSL, na Câmara, Delegado Waldir (GO) e o Centrão, segundo relatos, por conta da convocação do ministro da Educação. Em certo momento, Waldir disse a deputado que Abranham Weintraub dará uma “aula” no plenário. Um membro do Centrão rebateu: “Que bom, porque eu sou burro”. O líder do PSL, então, provocou: “Vem ensinar porque é professor, se fosse delegado, como eu, viria para prender”. A sugestão de que há ladrões na Casa esquentou o clima e ajudou na derrota ACACHAPANTE do governo. PASSOU – Quando percebeu o erro (sic) cometido, o PSL tentou corrigir os rumos e orientou a votação contra a convocação de Weintraub em plenário. JÁ ERA TARDE”

 

Bolsonaro, que foi deputado por quase trinta anos, medíocre por sinal, precisa articular sua base, caso contrário, como diz Guedes, não sairemos do fundo do poço!

 

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

 

16.5.2019

GOVERNO DERRETE 

 

Incrível. Cada dia que passa acontece uma gafe de Jair Bolsonaro e de seus filhos. Daí a minha impressão de que o governo derrete!

 

Já o presidente do Ibope, Carlos Montenegro, prefere: “governo perdeu gordura”. Na entrevista ao Estadão, ele declarou: “No começo, ele ganhou uma gordura. Foi preservado pelo tempo que ficou no hospital, mas, com as confusões (sic) do governo, dos filhos, “Golden shower” e outras coisas, perdeu a gordura”.

 

O Estado, na notícia “Planalto não nos escuta”, o deputado Capitão Augusto (PR-SP), noticiou que ele deixou o cargo de vice-líder do governo na Câmara, alegando “motivos pessoais” (sic).

 

Ao jornal, declarou: “Achei melhor deixar a vice-liderança, porque, por mais que a gente fale, o Planalto não nos escuta”. Sobre as divergências de Jair Bolsonaro, seus filhos e o seu guru com o vice Mourão, o deputado o elogiou e afirmou: “De novo o governo faz seus próprios terremotos (sic). Mourão está ajudando na articulação política e todo mundo gosta dele. Essa tentativa de desgastá-lo é muito ruim para o próprio presidente. Será que não veem isso? Pelo amor de Deus”.

 

Em vista dessa divergência, que está repercutindo muito mal, Jair Bolsonaro usou de um palavreado chulo, indigno de um presidente, conforme noticiou o Estadão (26/4): “A gente (Bolsonaro e Mourão) continua dormindo junto [Jair não definiu quem é esposa e quem é marido!] O problema é quem vai lavar a louça no final do dia. Esse casamento é, no mínimo, até 2022”. Sem comentário!

 

Leitor em carta à FOLHA: “Votei no presidente e no vice (sic), não no filho”.

 

No Painel da Folha: ”A guerra aberta contra o vice reacendeu críticas de dirigentes políticos ao presidente. Bolsonaro voltou a ser chamado de “despreparado” (sic) e a esse adjetivo somam-se outros, como “inconsequente (sic).”

 

Ainda no Estadão, a ex—ministra do Meio Ambiente e ex- candidata à Presidência Marina Silva (Rede) disse que está havendo um desmonte total no Meio Ambiente, acrescentando: “Nenhum governo em toda a história do Brasil, nem mesmo no tempo da ditadura militar (sic) ousou o que está se tentando agora”.

 

É por essas medidas e declarações, que afirmo que o governo está “derretendo” ou, como diz Montenegro, perdeu gordura!

 

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

 

01.5.2019

As opiniões do líder do governo

Jasson de Oliveira Andrade 

O líder do governo e do PSL, Delegado Waldir, concedeu uma entrevista ao Estadão (14/4), que o próprio jornal assim considerou: “Os tiros são da pistola 380, com 19 munições, do deputado federal Delegado Waldir, líder do partido (PSL) do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Ele o disparou, sem dó, em quatro horas de entrevista ao ESTADO. “Você nunca viu na história um líder do partido do presidente firme e independente como eu”, disse. “Todas as pessoas mostram a ele só o ótimo. E eu mostro o amargo, o fel”.

 

Ao ser perguntado sobre o Guru do presidente declarou: ‘”Zero à direita, zero à esquerda. Uma pessoa que fica dando palpite em nosso país lá de fora {Estado da Virginia, nos Estados Unidos]. O jornal perguntou: “Como o sr. entende essa influência do Olavo de Carvalho no Presidente?”, Delegado Waldir respondeu: “Eles dizem que é o profeta da direita. Aquele que trouxe os ideais do Bolsonarismo.” E o que diz o sr.? “Tudo besteira. É inadmissível que o Olavo ataque o PSL, o parlamentares e os militares, e lá de outro país”.

 

O Estado perguntou: “O presidente está criminalizando o parlamento?” Delegado Waldir: “Quando o presidente criou as expressões “velha política” e “nova política” ele criminalizou a conduta do parlamento. O presidente colocou todos os parlamentares no mesmo saco. Ninguém vai votar no governo porque o Bolsonaro tem olhos azuis. Ele tem que fazer carinho na cabeça do parlamentar”. Como?, perguntou o jornal. “Os ministros precisam atender bem (sic) os parlamentares”.

 

O Estadão perguntou: “O presidente teve oito mandatos como deputado. O sr. quer dar aula para ele de como lidar com a Câmara?” Delegado Waldir: “Não. Mas o presidente está com a estratégia equivocada do Olavo de Carvalho. Afronta o parlamento”.

 

Em minha opinião, o deputado federal Delegado Waldir, líder do PSL, tem razão. Não se governa com o guru Olavo de Carvalho e sim com os parlamentares; Bolsonaro deve pensar nessa situação e agir politicamente. Nenhum governante conseguiu administrar sem o apoio do Parlamento!

 

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

 

22.4.2019

CEM DIAS DE GOVERNO

Passados 100 dias do governo Bolsonaro alguns articulistas analisaram o desempenho do presidente.

 

O jornalista Josias de Souza, em seu Blog, analisou o governo no texto “Em 100 dias, Bolsonaro não levou governo para a direita, puxou-o para baixo”. Ele comentou: “É falsa a impressão de que Jair Bolsonaro leva o governo para a direita. Puxa-o para baixo. Sem oposição, Jair desperdiçou os primeiros cem dias criando problemas (sic) para Bolsonaro.

 

A fatura da inépcia começa a ser cobrada, indica o Datafolha. O capitão cavalga a pior avaliação já atribuída a um presidente em início de governo desde a redemocratização, em 1985. Decepcionou até quem gosta dele. Quase metade dos seus eleitores negaram-se a avaliá-lo como um presidente ótimo ou bom. (...)

 

Há muitas providências óbvias que Bolsonaro precisaria adotar para fechar o dreno que sorve seu prestígio. Por exemplo: fechar a usina de polêmicas, regulamentar os hábitos da filhocracia (sic), tomar distância dos rolos que assediam o primogênito Flávio, desligar Olavo de Carvalho da tomada, trocar o elenco da ala circense da Esplanada (MEC, Itamaraty e Direitos Humanos), higienizar certos ministérios (o Turismo é um bom começo) e fazer política a sério. (...)

 

Quando Bolsonaro conseguir parar de conspirar (sic) contra si mesmo, terá de dedicar-se a atividades menos estéreis do que falar mal dos outros e elogiar a ditadura militar. Quem sabe encontre tempo para tarefas menores como, digamos, trabalhar (sic). Do contrário, é melhor “jair se acostumando” com os índices de popularidade duros de roer. O capitão foi eleito para resolver problemas, não para se tornar um problema”. Para ele, Bolsonaro (em 10/4) tem 1360 dias [ muito tempo] para afastar sua administração do brejo”. Conseguirá? Tomara que sim. A CONFERIR!

 

Carlos José Marques, diretor editorial da ISTOÉ, no Editorial “O Presidente vai morrer pela boca”, analisou esse período presidencial: “Cem dias depois, parece uma eternidade. O Brasil, nesse acomodar de novo governo, vai vivendo de desatino em desatino, levado pela verve destrambelhada (sic) do presidente Bolsonaro. (...)

 

Alguém apontou que o governo assumiu com aparência de pão dormido. Pesquisa mostra que empresas agora só projetam retomada para 2020 e a devastação da confiança fez a popularidade do “mito” derreter. São dados. Fatos. (...) Deveria ter trabalhado mais e falado menos. Com repertório limitado, um comportamento quase infantil (sic) e a agenda retrógrada a tiracolo, escolheu o caminho contrário. Montou uma verdade paralela, alimentada por factoides. (...) Busca uma visão de mundo própria, tal qual uma “Alice nos País das Maravilhas”, e nesse campo é possível elogiar torturadores como o coronel Ustra, genocidas como o general Pinochet e estupradores como Stroessner. (...) Findo 100 dias, em meio a tantas descompensadas intelectuais e raciocínios tacanhos, só resta apelar ao novo governo com um pedido: ”presidente, por que não te calas?”.

 

O Estadão, no Editorial “O problema é de gestão”, constatou: “Há poucos dias, em tom de blague, Bolsonaro disse que não nasceu para ser presidente.

 

As sucessivas crises (sic) num governo tão novo, com a queda de dois ministros em três meses, a desarticulação política e a paralisia de diversos setores, estão aí a sugerir que talvez ele tenha razão”.

 

Como disse Josias, o presidente Bolsonaro tem ainda muito tempo de governo para se recuperar. É só “calar” e governar!

11.4.2019

 

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

PAULO COELHO FOI TORTURADO NA DITADURA

Paulo Coelho é um escritor brasileiro que mais vendeu seus livros: cem milhões de exemplares!

 

 

O escritor não teve participação política na década de 60, mesmo assim foi preso e torturado após o golpe de 64. É o que ele conta em artigo publicado pelo jornal The Washington Post e que a Folha de S. Paulo transcreveu.

 

O escritor relata: “No dia 28 de maio de 1974: um grupo de homens armado invade meu apartamento. Começam a revirar gavetas e armários – não sei o que estão procurando, sou apenas um compositor de rock. Um deles, mais gentil, pede que o acompanhe “apenas para esclarecer algumas coisas”. (...) Todo mundo sabia o que o Brasil vivia naquele momento, mesmo que nada fosse publicado nos jornais”.

 

Adiante conta: “Sou levado para a sala de torturas (sic), com uma soleira. Tropeço na soleira porque não consigo ver nada: peço que não me empurrem, mas recebo um soco pelas costas e caio. Manda que tire a roupa. Começa o interrogatório com perguntas que não sei responder.

 

Pedem para que delate gente de quem nunca ouvi falar. Dizem que não quero cooperar, jogam água no chão e colocam algo nos meus pés, e posso ver por debaixo do capuz que é uma máquina com eletrodos que são fixados nos meus genitais (sic). Entendo que, além das pancadas que não sei de onde vêm (e portanto não posso sequer contrair o corpo para amortecer o impacto), vou começar a levar choques (sic).

 

Eu digo que não precisam fazer isso, confesso o que quiser, assino onde mandarem. Mas eles não se contentam. Então, desesperado, começo arranhar minha pele, tirar pedaços de mim mesmo. Os torturadores devem ter se assustados quando me veem coberto de sangue; pouco depois me deixam em paz. Tiro o capuz e vejo que estou em uma sala à prova de som, com marcas de tiro nas paredes. Por isso a soleira. (...)

 

No dia seguinte, outra sessão de tortura, com as mesmas perguntas. Repito que assino o que desejarem, confesso o que quiserem, apenas me digam o que devo confessar. Eles ignoram meus pedidos.(...) Sou levado para uma sala pequena, toda pintada de negro, com um ar-condicionado fortíssimo. Apagam a luz. Só escuridão, frio, e uma sirene que toca sem parar. Começo a enlouquecer, a ter visões de cavalos. Bato na porta da “geladeira” (descobri mais tarde que esse era o nome), mas ninguém abre. Desmaio (sic).

 

Acordo e desmaio várias vezes, em um delas penso: melhor apanhar do que ficar aqui dentro. (...) Décadas depois, o arquivo da ditadura são abertos e meu biógrafo consegue todo o material. Pergunto por que fui preso: uma denúncia, ele diz. Quer saber quem o denunciou? Não quero. Não vai mudar o passado.”

 

Paulo Coelho termina assim, seu artigo: “E são essas décadas de chumbo (sic) que o presidente Jair Bolsonaro – depois de mencionar no Congresso um dos PIORES TORTURADORES [Ustra] como seu ídolo – quer festejar nesse dia 31 de março”.

 

Como fui preso em 64, com o sofrimento de minha família, tendo minha filha mais velha apenas um ano, perdendo o emprego e outros males, tenho como lema: ”Ditadura Nunca Mais, seja de esquerda ou de direita!"

 

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

 

Artigo publicado em 04.4.2019

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE - Conhecido articulista político em jornais de Mogi Guaçu e São João da Boa Vista desde 1958. JASSON é autor de dois livros: Golpe de 64 em São João da Boa Vista e de Defensores da Ditadura Militar estão na Contramão da História. Jasson sofreu na própria carne com o golpe de 64, por isso seu bordão é - DITADURA NUNCA MAIS, NEM DE DIREITA, NEM DE ESQUERDA.

TEMER PRESO

 

No final do ano passado escrevi vários artigos sobre o Quadrilhão do MDB, prevendo que Temer, sem a imunidade, seria preso. Foi o que ocorreu!

 

Um dos textos tinha o título “PMDB e a corrupção”. Escrevi: “No noticiário da mídia escrita e falada, a maior parte da corrupção é de peemedebista, inclusive Temer, que está sendo processado. (...) A corrupção dele se iniciou, na verdade, nos anos 90.” Realmente Temer foi preso, inclusive por crimes do ano 90! Terminei o artigo, lamentando: “Como peemedebista, vejo com tristeza esse destino do PMDB, principalmente em Mogi Guaçu, onde o então presidente Nacional do partido, Michel Temer, e o presidente estadual, deputado Baleia, destituíram o diretório do PMDB local, dirigido pelo Hélio Bueno, três vezes prefeito, por elementos alheios ao partido”.

 

O ESTADÃO (22/3), assim noticiou a prisão do ex-presidente: “Temer é preso sob acusação de liderar organização criminosa – Moreira Franco e o coronel Lima também foram detidos”. Jair Bolsonaro declarou sobre a prisão “Cada um responda pelos seus atos”. Segundo o jornal, “O despacho de Bretas despertou polêmica entre juristas e advogados ouvidos pelo ESTADO.

 

No Congresso, deputados e senadores viram na prisão do ex-presidente uma tentativa de desgaste da classe política”. Na Coluna do Estadão, a prisão mereceu esse comentário: “Estrago institucional das prisões já está feito – Qualquer que seja a decisão sobre o recurso do ex-presidente Michel Temer, o sentimento no mundo político é de que o estrago institucional já está feito pela Lava Jato.

 

Se a prisão for revogada pelas cortes superiores, ficará a impressão de que os “traidores do povo” mais uma vez terão os altos magistrados em coluio com a classe política e, assim, a escalada da crise seguirá turbinada. Por isso, enquanto bolsonarismo comemora as prisões, líderes de vários partidos temiam pelo futuro da reforma da Previdência e do pacote anticrime de Moro”.

 

O senador Major Olimpio (PSL-SP) foi o mais contundente. Ele disse: “Cadeia para todos aqueles que dilapidaram o patrimônio do povo brasileiro, envergonharam a política e nesse momento tem que pagar sim na Justiça. Não interessa se é ex-presidente, se era ministro”. Sem comentário...

 

FRASE: “Temer! Vai pedir habeas portos (sic)!”, José Simão.

 

Escrevi um artigo: BOLSONARO, fenômeno da internet. No final, perguntei: Pode-se se eleger com a internet, mas. e governar?” Esta pergunta foi respondida, indiretamente, pelo presidente da Câmara, deputado Maia. Em entrevista ao ESTADÃO (23/3), Maia afirmou: “O Brasil PRECISA SAIR DO TWITTER E IR PARA A VIDA REAL”, concluindo: “O governo é um deserto de ideias”. Também acho!

 

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

 Publicado em 24.3.2019

O VÍDEO PORNÔ DE BOLSONARO

Antes das eleições alertei que, nos quase trinta anos como deputado federal, Jair Bolsonaro foi um parlamentar medíocre. Previ, então, que poderia ser um presidente também medíocre. Infelizmente, nestes dois meses de governo, a minha previsão está se confirmando. Nesse período em que governa o País, ele comete uma gafe atrás da outra! A última foi o vídeo pornô que colocou no Facebook. O vídeo teve má repercussão internacional. No Brasil também foi muito criticado.

 

         O Estadão (7/3) noticiou: “Tuíte de Bolsonaro gera críticas até de apoiadores – Presidente foi alertado por auxiliares próximos sobre repercussão NEGATIVA de polêmico vídeo de carnaval; Planalto precisou divulgar uma nota para atenuar episódio”. Na notícia o jornal publicou: “O presidente Jair Bolsonaro ouviu ontem [6/3] de auxiliares próximos a avaliação de que a postagem em sua conta no Twitter de um vídeo no qual dois homens aparecem em atos obscenos no carnaval [um urinando no outro e a cena pornográfica] foi considerada “inapropriada” e “CHOCANTE”. A Repercussão causou DESCONFORTO no núcleo central do governo. (...).Uma pesquisa de monitoramento diário das mídias sociais  encomendada pela Secretaria de Comunicação (Secom) e apresentada a Bolsonaro indicou que  69% (sic) das mensagens sobre o episódio eram NEGATIVAS”.

 

         A FOLHA, no editorial “Governe, presidente”, comentou: “No Brasil, um presidente da República há 66 dias no cargo tem mais a fazer do que publicar BOÇALIDADES E FRASES TRÔPEGAS numa rede social”. Deu no PAINEL DA FOLHA: “Para líderes do Congresso, Bolsonaro mina sua credibilidade com as próprias mãos (sic)”. Também acho! Para o jurista Reale Jr, um dos autores do pedido de impeachment de Dilma, postagem com “Golden shower” justifica impeachment”. Sem comentário...

 

         Josias de Souza, em seu Blog, escreveu: “O caso do vídeo escatológico que Jair Bolsonaro veiculou na sua página oficial no Twitter é mais do que um mero atentado contra o bom gosto, O BOM SENSO E O DECORO. Ao afirma que cenas como a do sujeito que manipula o ânus (sic) em público e recebeu um banho de urina (sic) tornaram-se comuns no Carnaval de rua do Brasil, Bolsonaro entrou para a história como um caso único de presidente da República que comete calúnia e difamação contra o seu próprio país. (...) “Temos que expor a verdade para a população ter conhecimento”, escreveu Bolsonaro na legenda do vídeo. ‘É isto que têm virado muitos blocos de rua no Carnaval brasileiro”, ele completou. O que Bolsonaro disse, com outras palavras, foi o seguinte: “A obscenidade praticada por essas duas pessoas do vídeo é repetida Brasil afora por milhares de brasileiros. É comum”. Ora, não é preciso gostar do Carnaval para saber que isso [sujeito manipular o ânus e urinar um no outro] é uma mentira. (...) Comum mesmo nos blocos carnavalescos de 2019 foi a associação que os foliões fizeram de Bolsonaro com os candidatos laranjas do PSL e com Fabrício Queiroz, o personagem cítrico que AZEDA os humores da família presidencial. A irritação com a cor alaranjada das fantasias não dá a Bolsonaro o direito de levar O CARVAVAL ÀS MANCHETES INTERNACIONAIS como uma grande festa popular em que os brasileiros saem às ruas para sambar e URINAR UNS SOBRE OS OUTROS”. (...) A deseducação e a desinformação sempre fizeram parte da personalidade política de Bolsonaro. Mas a Presidência lhe deu uma tribuna vitaminada, que ele potencializou ao encostar o Planalto nas redes sociais. De um presidente, espera-se que aproveite esse palanque privilegiado para irradiar confiança e bons exemplos. Bolsonaro vem espalhando ódio e desinformação. Talvez devesse fazer uma concessão AO DECORO. Do contrário, vai acabar agigantando o general Hamilton Mourão, conferindo à vice-presidência, pelo contraste, um conteúdo de inusitada moderação.” Realmente o general Mourão tem aparecido na televisão para corrigir as gafes de Bolsonaro! Esta necessidade, confesso, eu não esperava!

 

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

Publicado em 18.3.2019

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